A
tentativa do governo Dilma Rousseff de forçar uma queda da inflação por
meio de cortes de impostos e medidas fiscais fracassou no ano passado e
ainda deixou uma conta de R$ 29 bilhões para os cofres públicos. Foi
este o volume de recursos que a União deixou de arrecadar com o fim da
cobrança de tributos sobre a cesta básica e o transporte urbano somado
aos gastos para manter o desconto na conta de luz e evitar um aumento
maior da gasolina. Mesmo com essa conta salgada, as medidas não foram
suficientes para evitar que a inflação no ano passado ficasse acima da
de 2012 (5,84%). A fatura dessa decisão do Planalto, por outro lado,
contribuiu para a deterioração das contas públicas, reduzindo a economia
feita pelo governo para pagar as despesas de juros da dívida, o chamado
superávit primário. O custo maior foi com a Cide, tributo sobre a
gasolina e o diesel que foi zerado para evitar um impacto maior do
reajuste de preços da Petrobrás para o consumidor. Até novembro, último
dado disponível, o governo deixou de arrecadar R$ 10,52 bilhões com a
rubrica. A desoneração dos produtos da cesta básica, como carnes,
açúcar, manteiga, óleo de soja e sabão, custou até novembro R$ 6,04
bilhões - volume que já ultrapassou os R$ 5,1 bilhões previstos
originalmente pela Receita. O Broadcast, serviço de notícias em tempo
real da Agência Estado, levou em consideração apenas as medidas
anunciadas pelo governo com foco na inflação ao calcular o impacto
fiscal do arsenal de medidas lançado pela equipe econômica. É o caso da
redução da conta de luz, que provocou um gasto de R$ 9,83 bilhões no
Orçamento do ano passado. Os dados não contabilizam as desonerações
tributárias feitas para ajudar na recuperação na indústria, como a
redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para
automóveis, nem as desonerações da folha de pagamentos das empresas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário