Cunha comparou a situação recente por qual passou o Paraguai, com afastamento de Fernando Lugo, no que foi considerado um golpe pelo Brasil, com a de Dilma Rousseff. "Não posso achar que o Brasil virou uma 'republiqueta' e que podemos tirar o presidente democraticamente eleito. O Brasil não pode fazer como o Paraguai, que tirou o Lugo do dia pra noite porque ele perdeu apoio, vai ser um impeachment atrás do outro se isso acontecer." O presidente da Câmara disse ainda ser a favor do parlamentarismo como sistema de governo, mas que falar nisso agora soaria golpista, então que preferiria plantar uma semente deste debate para o futuro. Questionado sobre a operação Lava Jato e sobre a sua fala de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, teria escolhido a quem investigar, Cunha disse não ser uma alegação política, mas técnica. "O procurador usou dois pesos e duas medidas", afirmou Cunha, ao argumentar novamente que, a seu ver, o inquérito contra o senador Delcídio Amaral (PT-MS) não deveria ter sido arquivado e que não deveria ter sido aberta investigação contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). O presidente da Câmara também voltou a ressaltar que o envolvimento de seu nome não foi corroborado pelos delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef.
O presidente da Câmara ainda demonstrou desconforto em ser associado à recriação da comissão especial na Casa para avaliação do Estatuto da Família - polêmico projeto que determina como núcleo familiar apenas aquele composto por homem e mulher e que veda a adoção para casais homossexuais. Cunha disse não ter lido o projeto e afirmou ter reaberto a comissão para avaliá-lo, dentro de um processo regimental. Ele alegou que é o processo normal para quando um parlamentar solicita a retomada da análise de um projeto - retomá-lo do ponto onde havia parado. Pressionado pelos entrevistadores, Cunha admitiu considerar errado que casais homossexuais possam adotar uma criança e não respondeu se sua posição seria um retrocesso para a sociedade brasileira. "Sou contra, acho que não é a melhor maneira de você educar. Sou a favor de uma educação mais 'igualitária', não acho correta a adoção por homossexuais." Cunha alegou que defender pautas conservadoras não significa ser um político conservador. O peemedebista argumentou que "ninguém está indo contra os direitos", mas que a minoria não pode "impor sua pauta" sobre a maioria. Ele reafirmou ainda sua posição contrária ao aborto e disse que deveriam ser presos os médicos que realizam esse tipo de cirurgia, em seu ver um crime hediondo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário