Um texto retratando a morte não é algo que eu gostaria de escrever, certamente. Dentro de nós existe uma alma imortal e eterna que nos leva a um profundo padecer quando perdemos alguém que amamos.
Aceito, mas não resignado, o evento morte, principalmente quando de maneira covarde e cruel, como em 11 de setembro de 2001.
Hoje, visitando o World Trade Center Memorial, foi possível sentir o pânico, o pavor das pessoas que ali sucumbiram e dos que sobreviveram àquele dia fatídico. Ler os seus nomes no mármore negro e aquela queda d'água em direção a um buraco que a vista não alcança o fim, é uma perfeita tradução arquitetônica da morte que impregna aquele lugar, apesar do que se constrói no entorno, para mostrar que a vida segue o seu curso e que nada derruba esta grande Nação. A grandeza e a beleza das novas construções não apaga o vazio e a dor dos que sobreviveram ou morreram naquele momento.
Fica a certeza de que morremos todos os dias até que, em um deles, o processo se consuma. A morte é, seguramente, o ponto comum que nos une e nos iguala a todos. Faz parte da vida. A morte é uma certeza e a vida apenas uma possibilidade...
O que nos consola, entretanto, é a certeza da imortalidade da alma e a esperança que do outro lado todos possam se reencontrar um dia. Tomara!
Entretanto, nós que perdemos um ente-querido, precisamos, contudo, seguir a caminhada. Não podemos morrer junto pois isso não seria amor nem lealdade. O melhor a fazer, e o que aquela pessoa que partiu gostaria que fizéssemos, é justamente continuar nossa história. As pessoas que partem ficam em nós, nas lembranças, naquilo que ensinaram e viveram perto da gente. Querer perpetuá-la é inadequado pois a vida tem que seguir seu rumo. É como um rio que segue o seu curso.
Essa idéia melhora substancialmente a perspectiva dessa triste separação que a "Dama da Foice" promove. Se quem partiu foi alguém que soube amar, produzir, sorrir, alegrar-se com a vida, então pode-se até tolerar a ideia da partida.
Aprender a lidar com a morte faz parte da sabedoria da vida. Vive-se o luto, mas sabendo que é preciso, cedo ou tarde, voltar para o jogo, para a grande jornada que é só nossa. Não há como rebelar-se contra isso. A vida é assim e assim será sempre.
Desta forma então, o certo é entender que, cumprido o tempo, todos somos ceifados, deixando este mundo para que ele siga com outros personagens, outros atores dessa peça teatral que não termina.
Até chegar esse dia, a saudade amarga certamente. Entretanto, acreditando-se na eternidade, o pouco tempo que vai nos separar não será nada... Apenas uma breve pausa, para logo estarmos reunidos do outro lado da vida, junto das estrelas !...
Nenhum comentário:
Postar um comentário