Em entrevista ao Correio24horas, o presidente do Sinspeb-BA, Reivon Sousa Pimentel, informou que os presos têm o costume de fotografar festas para repassar a outros internos e a pessoas fora do presídio. De acordo com ele, os registros em questão foram feitos dentro das próprias celas.
"Não há condições de os servidores monitorarem todas as celas pela própria estrutura do complexo penitenciário. Além da Lemos Brito, o Complexo Penitenciário da Mata Escura conta com outras oito unidades e o monitoramento por câmera é muito precário, há muito ponto cego. Estamos denunciando essa situação há mais de um ano e, em dezembro, quando encontramos esse material, anexamos tudo e enviamos ao governo, às entidades envolvidas com a questão prisional e também aos Ministério Público Federal e Estadual", lembrou.
"Esse tipo de coisa é arremessado pelos comparsas dos presos de fora para dentro do presídio. Como não há muros, nem cercas, eles entram livremente pela mata, com mochilas carregadas de material ilícito e as arremessam por cima da unidade prisional", detalhou ao Correio.
Procurada pelo Correio, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado da Bahia informou que a denúncia dos servidores chegou ao governo ainda em dezembro e que os presos identificados nos registros foram transferidos de unidade prisional e um processo administrativo foi aberto para apurar o caso.
Com capacidade máxima para 771 presos, a Lemos Brito tem hoje cerca de 1.315 detentos, de acordo com levantamento feito pela Folha de S. Paulo. Conforme o Correio, o Ministério Público Estadual, através do promotor Edmundo Reis, instaurou um inquérito civil para apurar as condições gerais da unidade. O procedimento deve resultar em uma ação civil pública que poderá pedir, em última instância, a interdição da cadeia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário