Morreu na noite de ontem (12), vítima de um cancer, o
médico cirurgião geral e escritor Ivan Claret Marques Fonsêca, natural de Santo
Estevão, nascido na Fazenda Riacho do Cipó. Prestes a completar 74 anos, o
médico santo-estevense iniciou sua carreira em 1964, quando formou-se em Medicina pela
Faculdade Baiana.
Ivan Clarett |
Durante sua trajetória como
médico e escritor, o santo-estevense já foi reconhecido por diversos
trabalhos realizados, dentre eles a conquista do Prêmio Global 500 de Ecologia no
México, que tinha como objetivo principal a preservação da Mata Atlântica, a
premiação ocorreu no ano de 1990. Antes
de Ivan, quem antes tinha recebido esse prêmio foi Chico Mendes.
Em Santo Estevão o médico e
escritor Ivan Claret deixou sobrinhos, cunhadas e vários irmãos, dentre eles o
médico e ex-prefeito Antenor Marques Fonseca, o farmacêutico Renato Marfon, o
advogado Almir Fonseca, o comerciante Martim Fonseca, a professora Iracema
Marques.
Ivan escreveu vários livros
dentre eles o intitulado 'O Cigarro Mata'.
Confira algumas realizações de Ivan Claret
Desde 1973, publicou trabalhos sobre ecologia e realizou campanhas a nível
de município e região contra o desmatamento, queimadas, uso
indiscriminado de inseticidas e fungicidas, campanhas de arborização urbana, de
proteção de nascentes e rodovias, dedicando-se especialmente à
conservação do solo e preservação dos remanescentes da Mata Atlântica; campanhas contra o
cigarro e prevenção de acidentes de trânsito.
Através
da Fundação Ecológica 'A Mão que Semeia' publicou bimensalmente, desde
1990, o Boletim
Ecológico, e a partir de 1995 passou a publicar outros dois Boletins
Ecológicos, um para o Lyons de Nanuque e outro sobre Santo Estevão-BA.
a patrir de 1990 percorreu
o Brasil, a América Latina, a Europa, a China, o Egito e Israel. Foram cerca de
180.000 km de avião e 130.000 km de carro, ônibus, barco e trem, divulgando o
trabalho e a preservação ambiental. Em 1975 criou um Parque Ecológico com área de 5,5 hectares, com cerca de 200
espécies e variedades de plantas que acabou doando à Prefeitura Municipal de Nanuque em
1979, para servir ao ensino de Educação Ambiental às crianças de Nanuque.
Idealizou e construiu, em 1973, o Museu Regional de Nanuque, com a colaboração
da Prefeitura Municipal.
A partir de 1973 passou a apresentar trabalhos e palestras em Colégios, Universidades
e em diversos Congressos e Seminários nacionais, regionais e no exterior.
Em 1990 criou a Fundação Ecológica 'A Mão Que Semeia' e construiu
com recursos próprios um Museu de Ecologia, com área de 108 m2, reunindo milhares de
publicações sobre ecologia e meio ambiente.
Em 1990 foi agraciado com o Prêmio Global 500 da ONU para o Meio Ambiente, no México.
Ainda em 1990 construiu um trailer para a divulgação de mensagens ecológicas e distribuição de
folhetos educativos, informativos e de divulgação do trabalho ecológico.
Em 1992 construiu na sede de sua fazenda o Museu da Fazenda.
A partir de 1991 começou a plantar uma área com cerca de 20 hectares, no povoado de Vila
Gabriel Passos com milhares de árvores nativas, frutíferas e ornamentais,
para que cerca de 500 crianças rurais complementassem sua alimentação.
Em 1996 apresentou trabalhos e proferiu palestras na Universidade de Tampere, XX Congresso Florestal de Tampere, na Universidade de Turko e Unicef em Helsink-Finlândia, e na Universidade Latino Americana em Berlim.
Em 1996 apresentou trabalhos e proferiu palestras na Universidade de Tampere, XX Congresso Florestal de Tampere, na Universidade de Turko e Unicef em Helsink-Finlândia, e na Universidade Latino Americana em Berlim.
Visitou a China em 1997 a convite do Departamento de Ciências e Tecnologia do
Governo. Em 1996 construiu uma barragem em sua propriedade, na Vila Gabriel Passos, em
regime de mutirão, para a criação de peixes com 24.000 m2 produzindo
centenas de quilos de peixes por ano para as crianças pescarem.
Forneceu anzol e linha, e incentivou a construção de outras pequenas
barragens na região.
Em 1997 construiu o Museu Homo Sapiens, contendo um resumo da cultura humana, com
peças em concreto. Em 1997 construiu o Mosteiro Franciscano Ecológico para educação ambiental em
regime de mutirão com doações de amigos (Foto do topo). Em 2000, construiu uma Pirâmide em concreto com 36 m2, como local de meditação. Ainda em 2000 conseguiu com vizinhos a criação de uma reserva da Mata Atlântica
junto ao mosteiro com área de 20 hectares.
Entre 2001 e 2004 construiu em granito réplicas do Mausoléu da Kaaba em homenagem ao Maometanismo e do
Muro das
Lamentações em homenagem ao Judaísmo, além da Capela da Paz.
Foi agraciado com a Comenda do Município de Nanuque e com o Título de Cidadão
Honorário.
Há cada dez anos mandava enterrar milhares de sementes na sua propriedade
rural, de amêndoas, goiaba, Jamelão, oiti, sabonete, e outras variedades
nativas da Mata Atlântica.
Por Clécia Rocha
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