sexta-feira, 13 de junho de 2014

HISTÓRICO E SAUDAÇÃO A SANTO ANTONIO.

Fernando Martin e Bulhões de Taveira Azevedo. 
Este é o nome de SANTO ANTÔNIO. É ele mesmo. O Santo Franciscano, que atrai devotos no mundo inteiro.
Santo Antônio de Pádua ou Santo Antônio de Lisboa. A explicação para os dois nomes é simples: Santo Antônio nasceu em Lisboa, Portugal, em 15 de agosto de 1195, e viveu grande parte de sua vida na Cidade italiana de Pádua.
Único herdeiro da família Bulhões, fez voto de obediência e pobreza, trocou o conforto da sua abastada família burguesa, pela vida religiosa. Comportamento que só entendemos a luz da fé.
A primeira etapa de sua vida, ainda com 15 anos, viveu em Portugal como agostiniano e em Pádua como frade da ordem de São Francisco de Assis. Em 1220 trocou o nome para Antônio e ingressou na Ordem Franciscana, na esperança de, a exemplo dos mártires, pregar aos sarracenos no Marrocos. Após um ano de catequese nesse país, teve de deixá-lo devido a uma enfermidade e seguiu para a Itália.
Professor de Teologia, nas Universidades de Bolonha, Toulouse, Montpellier e Pádua, adquiriu grande renome como orador sacro no sul da França e na Itália. Em todos os lugares seus Sermões encontravam forte eco popular, pois lhe eram atribuídos feitos prodigiosos, o que contribuía para o crescimento de sua fama de santidade.
A saúde sempre precária levou-o a recolher-se ao convento de Arcella, após uma crise de hidropisia. Antônio morreu a caminho de Pádua em 13 de junho de 1231. Tinha apenas 36 anos de idade. Foi canonizado em 13 de maio de 1232 (apenas 11 meses pós sua morte) pelo papa Gregório IX.
“Exulta, ó feliz Lusitânia; regozija-te, ó feliz Pádua, porque a terra e o céu vos deram um homem que, qual astro luminoso, não menos brilhante pela Santidade da vida e pela insigne fama dos milagres do que pelo esplendor da Doutrina, iluminou e continua a iluminar todo o Universo!” - Com estas palavras, o Papa Pio XII, de santa memória, iniciava a Carta Apostólica com que proclamou o Glorioso Santo Antônio, Doutor da Igreja, em 16 de janeiro de 1946. Reconhecia o Pontífice à capacidade daquele alvo lírio de pureza que perfumou a Ordem Franciscana com sua vida inteiramente entregue à causa da evangelização, notabilizando-se em seus dias como competente teólogo e notável pregador.
Versou o insigne Santo, Glorioso Taumaturgo, sobre toda a Sagrada Escritura, tornando-se seus escritos fonte perene de água límpida. O Papa Sisto IV o cognomina “astro luminoso que surge do alto, com as excelentes prerrogativas dos seus méritos, com a profunda sabedoria e Doutrina das coisas santas e com a sua fervorosa pregação”.
“Ó Língua bendita, que sempre bendisseste o Senhor e fizeste que também os outros o bendissessem sempre; pela tua conservação se compreende bem qual o teu mérito diante de Deus”. – Conclui Padre Antonio Vieira sobre a sacrossanta língua de Santo Antonio.
Assim como o Apóstolo Paulo, Santo Antonio também combateu o bom combate, cumpriu a sua missão e não se afastou da Fé. Difundiu o Evangelho de Jesus pelos arredores do Marrocos, Portugal, Itália e França.
Que os fiéis devotos peçam, por sua intercessão, a graça de, da mesma forma, procurar, em seus atos, na sua conduta e, principalmente, nas suas palavras, exercerem com destemor e dedicação a missão confiada por Deus, de mensageiros de Cristo, assim como o foi o nosso Santo Paduano.
Por todo exposto nós o saudamos Santo Antonio!!!
Deus vos salve Glorioso Antonio, restituidor das coisas perdidas; não permitais que nos percamos no caminho da eterna salvação. Permita-nos o auxílio da graça. Amém.
Findo esta merecida saudação ao Glorioso Antonio, permitam-me, também, historiar, a vida dos patronos desta festa, na freguesia de Santo Estevão, para que a história não se pereça no tempo... 
PATRONOS DA FESTA.
Antonio da Silva Lobo, nascido de uma família conhecidamente religiosa, ainda moço, nos idos de 1930, tocado pela fé, aceitou o chamado de Santo Antonio, para, doravante, patrocinar a festa em seu louvor.
Nutrido de amor e devoção pelo Santo, tornou-se a partir de então, o Patrono de Santo Antonio, na freguesia de Santo Estevão.
A partir daí, todo dia 13 de junho, a cidade tinha uma alvorada diferente... O foguetório iluminava os céus e acordava os devotos para a Missa de Santo Antonio.
Antonio Lobo, tomado de êxtase, vibrava com a garbosa missão de festejar o seu Santo e ver a Igreja cheia de devotos, cantando e louvando o Lusitano. A festividade religiosa na Igreja Matriz durava toda a manhã, como até hoje, encerrando com a grande Missa celebrada pelo pároco da época.
Mas a euforia de Antonio Lobo em louvar ao Santo, não parava por aí. Em frente a sua oficina de trabalho, “Sapataria Caprichosa”, morava o casal, Almerinda, carinhosamente conhecida como Dona Tiúla e o Velho Pompílho, pais de Alaíde, que também, devotos de Santo Antonio, rezavam a “trezena” em seu louvor.
Para lá, então, dirigia-se Antonio Lobo, para a derradeira noite da “trezena”, objetivando concluir as suas orações e despedir-se dos festejos antoniano.
Numa dessas noites festivas na casa de Dona Tiúla, fazendo jus a fama de Santo casamenteiro, eis que Antonio Lobo enamora Alaíde e, em pouco tempo casaram-se, graças ao Santo protetor. Casados, então, Alaíde e Antonio marcham juntos com a obrigação de patrocinarem, doravante, os festejos antoniano.
Anos depois, Alaíde, ávida por alcançar uma graça, faz uma promessa a Santo Antonio, de dar 13 roupinhas as crianças necessitadas.
Cumprindo a promessa, Alaíde, tocada mais uma vez pela misericórdia do Santo, pai dos pobres, prometeu não parar, enquanto viva, a sua obrigação de vestir as criancinhas pobres dessa freguesia e, aumentar a quantidade de doações, ano a ano, proporcionalmente. - Mais um milagre do Santo é visível; as doações aumentaram tal qual a multiplicação dos pães...
Tudo isso se tornou possível, porque Antonio e Alaíde acreditavam que a família era a base e fundamento da sociedade, transcendendo a qualquer partido político, sociedade, associação ou a qualquer outro gênero de agrupamento humano. A família é constituída por relações de amor! Está na origem de tudo. - Esta era a forma de pensar de Antonio e Alaíde Lobo.
Sabedoria e conhecimento não são sinônimos. Antonio Lobo detinha a sabedoria adquirida ao longo da vida, em consonância com a experiência advinda de outras gerações que desconheciam o glamour temporal, mas nunca se afastou dos valores éticos e morais. Debruçava sempre sobre o rígido modelo de caráter, por entender que o caminho para a moralidade não permitia atalho.
Rendo-me, pois, a sabedoria popular daqueles que o destino pôs distante das Universidades, mas, em contrapartida, lhe deu o saber mais sagrado e eficaz, traduzido na simplicidade. A falta do transcendentalismo teórico e literário foi substituída por ação, decisão, cuidado e responsabilidade pelo que se passa em sua volta, sobretudo com a sua prole e dos que dele dependem.
Hoje completa 75 anos a devoção de Alaíde e Antonio Lobo, testemunhada e celebrada até aqui, por notáveis Sacerdotes: Principiado na década de 30 por Padre Firmo, seguidos pelos Padres: Odulfo, Fernando, Agenor Birne, José Waldir e Nery. Hoje os Padres Aristoteles e Luciano Curvelo são os timoneiros dessa embarcação santa.
Como afirma o Livro Sagrado de Eclesiastes, tudo neste mundo tem o seu tempo; cada coisa tem a sua ocasião. Tempo para plantar, tempo para colher; tempo para nascer e tempo para morrer... - Chegou também para Alaíde e Antonio, esperados e acolhidos com fé, a hora de passar deste mundo para o mundo Celestial.
Para falar ao vento bastam palavras; para falar de amor e caridade são necessárias obras... Com certeza, eles estão em paz, cônscios do dever cumprido, amparados por Santo Antonio, na Casa do Senhor, nos aguardando para retomarmos o diálogo interrompido.
Herdamos deles, pois, um grande legado; os seus ensinamentos foram aprendidos e estão sendo repassados de maneira fidedigna para seus netos e bisnetos, com o objetivo de ter continuidade e não deixar fenecer a vontade dos protagonistas deste evento.
Acreditamos, também, como milagre do Santo restituidor das coisas perdidas, não permitir que nos percamos no caminho da obediência, da unidade familiar e, sobretudo, da fé.
Os nossos pais nos marcaram pela demonstração de fé. Viveram movidos pela fé em Santo Antonio e pela fé em Deus. Eles foram heróis anônimos da fé cristã, sem precisar deixar a família e partir para o campo missionário.
Com certeza eles estão em paz e felizes por saberem que seus filhos se mantêm no caminho da fé e da caridade cristã, conforme seus desejos.

VIVA A SANTO ANTONIO!!!
Manoel Lobo - 2014

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