domingo, 21 de setembro de 2014

Parabéns Santo Estevão!!!

Terra Mather. Hoje tu completas 93 anos de emancipação política, que se fez sem revolução e sem guerra. Com a ruptura do passado e a introdução de mudanças que se aprofundam, com tristeza constato que a minha terra, em muitos aspectos, se descobre por subtração da sua beleza. Triste verdade que espero ser passageira. Nunca vi a minha cidade tão decaída, tão feia e o seu povo tão infeliz. Basta olhar no rosto de cada cidadão que veremos as mais variadas expressões, que vão da revolta a tristeza por ver a sua terra tão desfigurada... Decerto não é com o desfile cívico, tampouco hasteando a bandeira que vamos honrar a nossa Santo Estevão. A verdadeira homenagem está no compromisso social e vontade política para diminuir a diferença entre os poucos cada vez mais favorecidos e a maioria cada vez mais necessitada e desprotegida. Nesse dia festivo, em que se comemora a sua emancipação, aqui estou para render também o meu culto a terra mãe, que embalou os meus sonhos... Quisera ser mais artista e mais poeta para descrever o meu rincão querido, outrora lindo e majestoso. Triste, então, estou por não ter o que celebrar. Não me alegra ver a minha cidade padecendo por falta de segurança e o seu povo encurralado, refém de marginais, de forma a comprometer a sua qualidade de vida, inclusive, desencadeando distúrbios por conta dessa violência endêmica e sem limite. É deprimente transitar pelas ruas e contemplar a quantidade de jovens alucinados pelos efeitos das drogas e ver mães chorando a morte dos filhos, assassinados pelo tráfico que banalizou o crime, confiante na impunidade. O que se tem hoje é tão somente o calor, a brisa, as noites estreladas e o sol poente que Deus nos deu. Somente o céu continua límpido e azul, que nenhum artista poderia pintar com matizes tão insólitos esse festival de cores.! O resto, em nada se renova... Só compreende, quem por aqui viveu e conheceu os folguedos, as quermesses, as majestosas festas de antanho; a paz que reinava na cidade, nos permitindo dormir de portas sem tranças, não existe mais, infelizmente... Hoje despenteada, mal vestida e sem pintura, minha cidade tristemente envelheceu; o seu povo maltratado, esquecido e violentado todos os dias, não tem mais o sorriso feliz de quem vivia numa cidade que era um lindo mosaico de cores vivas... Que bom seria se Santo Estevão, hoje, pudesse também, se emancipar da violência urbana; que nossos jovens se libertassem do chicote dos traficantes que açoitam suas costas sem piedade; da politicagem sem ética e do discurso do ódio. Quão feliz seria o povo, se os políticos agissem de forma racional, segundo a verdade e segundo o interesse urgente da coletividade. A nossa gente, clama por inovação e torce para que o gestor encontre a senda reta da prosperidade e que possa incorporar um novo conceito de gestão para consolidar o seu slogan: "Terra da Feliz Cidade". É sobre esse pressuposto que se constrói a democracia. É esse o reclame do povo ordeiro da minha terra. E, na esteira dessas considerações, o grande Rui Barbosa ajusta-me o sentido com esta extraordinária afirmação: A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicagem, a malária dos povos de moralidade estragada. O ideal presente para Santo Estevão nesse dia, sugiro, então, que se faça uma rigorosa assepsia ética política, onde os princípios sejam justos e verdadeiros, para que todos possam dizer: tenho orgulho de ser santoestevense e morar nessa "Feliz Cidade !.. Salve, Salve, Santo Estevão!!! O teu filho te saúda.

 Manoel Lobo.

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