O
novo líder da Igreja Católica em Feira de Santana é natural de Vitória da
Conquista e nasceu em 23 de janeiro de 1962. Estudou Filosofia no Seminário
Maior Arquidiocesano de Brasília e Teologia no Instituto Teológico de Ilhéus.
Após sua ordenação sacerdotal, licenciou-se em Teologia Dogmática pela
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Ele também foi professor de
Teologia Dogmática no Instituto Teológico de Ilhéus; Professor de Doutrina
Social da Igreja no Instituto Filosófico de Vitória da Conquista;
Presidente
da Comissão dos Presbíteros do Regional Nordeste III da Conferência Episcopal;
participou da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano como
convidado. Recém-empossado Arcebispo da Arquidiocese de Feira de Santana, pela
primeira vez Dom Zanoni conversou com exclusividade com o site Bahia na
Política. Falou de seus planos, da importância da unidade da Igreja, do momento
difícil do país e da proposta de evangelização conforme determinado por Jesus
Cristo.
Como o senhor pretende desenvolver seu
episcopado na Arquidiocese de Feira de Santana?
O
Ministério Episcopal, o serviço do bispo, é justamente o de confirmar os irmãos
na fé, animar na esperança e fortalecer na caridade. Quero cumprir aqui o
mandado de Jesus: “Ide pelo mundo e anunciai o Evangelho”. Vamos sempre buscar
conhecer a realidade, tendo presente o perfil desta Igreja de Feira de Santana,
vou buscar com a ajuda e colaboração dos presbíteros, religiosas, religiosos,
todas as forças vivas da Igreja, não caminhar sozinho e assumir com seriedade
essa missão que Jesus me confiou.
Até o momento, qual a avaliação o senhor
faz da Arquidiocese?
Uma
Igreja bastante viva, muitas pastorais, muitos movimentos, uma presença forte
de religiosas, um clero nativo muito bem informado e eu sou chamado a dar
continuidade dinâmica ao trabalho evangelizador de Dom Itamar Vian.
Percebemos que o social é uma
preocupação do senhor. Como será desenvolvido o trabalho nesse segmento?
A
preocupação com as pessoas, com os mais frágeis, é um projeto, um programa de
vida do próprio Jesus, ele que tomou como sua missão iluminada pelo profeta
Isaías: “O Espírito do Senhor está sobre mim, ele me ungiu para anunciar a boa
nova aos pobres, a libertação aos prisioneiros, a cura dos doentes, a
recuperação de vista aos cegos”. Vamos colocar toda estrutura da Igreja, todas
as nossas pastorais e movimentos a serviço do cumprimento desse propósito de Jesus,
dessa ação evangelizadora.
Que avaliação o senhor faz do cenário da
política brasileira?
Nós
estamos em um momento de mudança, que exige de nós, que temos compreensão, uma
base de fé, de valores cristãos, de justiça, de fraternidade, de participação
das pessoas na democracia, nos empenhar seriamente para que esses valores não
sejam jogados fora. Para que a mentalidade distorcida dos desinteresses com a
causa do povo, com as lutas, com as vitórias já alcançadas sejam fortalecidas e
animadas.
O senhor pretende fazer alguma mudança
na Arquidiocese?
Todas
as mudanças acontecem em função pastoral, é para o bem das pessoas de nossas
comunidades. Cada mudança, cada transferência tem este objetivo.
Como se sente em dirigir uma
Arquidiocese em seu Estado de origem?
Sinto-me
desafiado. Feira de Santana é uma grande cidade, uma das maiores cidades do interior
do Nordeste, maior que muitas capitais. Temos o desafio de ser uma Igreja que
se preocupa com as pessoas, que evangeliza e que busca ser fiel ao mandado de
Jesus, sabendo que esse momento precisa de respostas novas, mais adequadas à
realidade que nos apresenta.
O senhor é o primeiro Arcebispo negro na
história de Feira de Santana. Considera esse fato relevante?
Creio
que o Brasil, que viveu 300 anos de escravidão, ainda não conseguiu superar,
reparar esse crime que lesa a humanidade. Observo, como bispo, como negro, como
afrodescendente, a importância e o valor da cultura africana para formação do
povo brasileiro. Tenho consciência de que o protagonismo negro é muito valioso
para a formação de uma nova mentalidade, de uma nova civilização.
Trabalhar ao lado de Dom Itamar, que
atuou quase 21 anos na Arquidiocese de Feira de Santana e com alguns trabalhos
sociais reconhecidos pela sociedade, é confortável para o senhor?
Para
mim é motivo de graça poder ter essa colaboração tão importante, estar com este
irmão do episcopado caminhando juntos, ele que tem servido a essa Igreja e
continuará servindo a esse processo de evangelização, a essa missão que não é
só minha, é de todos nós. Eu peço e agradeço a Deus essa colaboração tão
importante.
Por Clécia Azevedo
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