Valente: Vereadores denunciam esquema político envolvendo Vado, o Presidente da Câmara

 

Um suposto esquema político envolvendo o vereador Vado (PR), presidente da Câmara de Vereadores, com a utilização da verba da Casa que é devolvida à prefeitura, foi denunciado ontem (1), na sessão.

Segundo o vereador Agnaldo (PT), autor da denúncia, a verba estaria sendo devolvida para a prefeitura municipal em acordo político para o patrocínio de campeonato, apoio a atividades culturais e de grupos locais, entre outros.

“Por exemplo, os recursos que foram devolvidos para a prefeitura e depois repassados para patrocinar o campeonato valentense, sem que houvesse a participação dos demais membros da diretoria”, disse Agnaldo. Ainda segundo as denúncias do vereador, Vado estaria sendo centralizador e autoritário, porque vem tomando várias decisões de forma isolada, sem ouvir os demais parlamentares, caracterizando como “falta de respeito”.

Na hora das denúncias o vereador Gabriel (PMDB) pediu o aparte e reforçou as críticas contra o presidente Vado, dizendo que o mesmo vem descumprindo o que foi combinado para a composição da Mesa. Também prometeu para as próximas sessões fazer novas denuncias. “Eu vou chegar junto nas contas da Casa e o povo de Valente vai ficar sabendo o que está acontecendo com a Câmara de Vereadores”, prometeu o vereador Gabriel que é secretário da Mesa Diretora.

Funcionamento do esquema. De acordo com as denuncias, o suposto esquema político funcionaria da seguinte forma: Vado definiria quem seriam os beneficiados com o apoio financeiro, devolveria os recursos para o Poder Executivo e esse faria o repasse para os supostos beneficiários.

Depois das denúncias, o presidente Vado se defendeu, negando ter agido daquela forma e, contradizendo-se, assumiu ter repassado apenas o valor de R$ 1.000,00 para Igreja Católica e R$ 3.000,00 reais para o campeonato valente, que chegou a ser divulgado em mídia local. Mas o presidente disse também que tudo tinha sido feito em comum acordo com o secretário da Casa, o vereador Gabriel.  Demonstrando está perturbado com as denúncias feitas, Vado falou que os problemas administrativos não deveriam vir para a tribuna da Casa e prometeu sentar com os seus pares para tratar do problema.

Outros pronunciamentos.  Mais quatro vereadores – Leninha (PT), Regi Mota (PRB), Toninho de Kid (PSC) e Romilson Cedraz (PR) – se posicionaram a respeito das denúncias, preocupados que ficaram com o ocorrido. A vereadora Leninha fez um pronunciamento bastante duro, primeiro chamando atenção para a necessidade de um trabalho que fortaleça a identidade da Casa, e depois, disse que o vereador Gabriel “tinha muita responsabilidade com tudo que estava acontecendo, porque assina os cheques do Poder Legislativo juntamente com o presidente e não pode agir como se fosse vítima, não soubesse de nada”.

O vereador Regi Mota reforçou as observações da vereadora, pedindo maior entendimento na Casa e dizendo que “a briga deveria ser por melhores propostas para população”. Já Toninho de Kid alertou sobre a necessidade urgente de fazer uma revisão da Lei Orgânica Municipal e do Regimento Interno da Casa para evitar novos acontecimentos. Finalizando os pronunciamentos, Romilson Cedraz lembrou que na sua época de diretor havia um plano de trabalho que deu certo, sugerindo à direção atual “adotar a mesma receita”.