quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Indústria alimentícia retira quase 1,3 mil toneladas de sódio de seus produtos

Indústria alimentícia retira quase 1,3 mil toneladas de sódio de seus produtosUma parceria entre Ministério da Saúde e Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) garantiu redução de sal em pães de forma, bisnaguinhas e macarrões instantâneos. Números de uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde (MS) divulgados na última terça-feira (12) revelaram que fabricantes de alimentos conseguiram reduzir a presença de sódio em 11% em pães de forma e bisnaguinhas e em 15% em macarrões instantâneos, no período entre 2011 e 2012. Com a redução, estima-se que 1.295 toneladas de sódio tenham sido retiradas dos produtos. A previsão é que a retirada deste item, que começou em 2011, alcance mais de 1,8 mil toneladas até o fim deste ano. "Esta redução de sódio na alimentação do brasileiro se materializa na redução, ao longo prazo, no número de óbitos por doenças Crônicas Não Transmissíveis, como infarto e AVC. É importante ressaltar ainda que não estamos banindo o consumo do sal, e sim, evitando o excesso, que é prejudicial à saúde", destaco o ministro da Saúde, Arthur Chioro. 

A previsão é de que até 2020, mais de 28 mil toneladas de sódio estejam fora das prateleiras, como resultado dos quatro Termos de Compromisso firmados entre Ministério da Saúde e Abia. O total das parcerias reúne 16 categorias de alimentos que representam mais de 90% do sódio em produtos industrializados. O objetivo é alertar a população para a mudança de alguns hábitos alimentares, tanto no consumo de sal na hora das refeições quanto na escolha dos produtos nas gôndolas dos supermercados. Para o presidente da Abia, Edmundo Klotz, "a autorregulamentação é um instrumento positivo que definiu metas a serem alcançadas pela indústria da alimentação em acordo firmado com o setor público". Ele acrescentou ainda "que trata-se também de um mecanismo indutor que incentiva as empresas que não são associadas à ABIA a investirem em tecnologia para a redução do sódio", enfatiza o presidente da Abia, Edmundo Klotz. O Brasil alcançou importantes resultados nesta área nos últimos anos, no entanto, entre 2010 e 2011, o índice de queda da mortalidade prematura (30 a 70 anos) por DCNT foi de 3,8%. A expectativa é chegar a 25% em 2022.

O estudo revelou também que o brasileiro tem uma percepção equivocada sobre a quantidade correta de sal a ser consumida diariamente, pois acredita que utiliza menos sal do que realmente chega às mesas. Segundo a pesquisa Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), 48,6% dos brasileiros avaliaram como médio seu nível de consumo diário de sal. No entanto, no Brasil, estima-se consumo médio de quase 12g por pessoa por dia, o que é mais do que o dobro do que a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), de no máximo de 5 gramas ao dia. O consumo exagerado do sal está relacionado ao aumento no risco de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e doenças renais, entre outras. As DCNT são responsáveis por 63% dos óbitos no mundo e 72% dos óbitos no Brasil. Um terço destas mortes ocorre em pessoas com idade inferior a 60 anos. Se o consumo de sódio for reduzido a quantidade recomendada pela OMS, por exemplo, os óbitos por acidentes vasculares cerebrais podem diminuir em 15%, e as mortes por infarto em 10%

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