segunda-feira, 25 de maio de 2015

ALUCINADOS PELAS DROGAS


"Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus! 

Se é loucura... se é verdade, tanto horror perante os Céus ?! 
Quem são estes desgraçados, que não encontram em vós. Mais que o rir calmo da turba, que excita a fúria do algoz? "
Tomo emprestados os versos do Poeta Castro Alves, para relatar a degradação humana propriamente dita, que vi em plena luz do dia. O navio negreiro do século XXI. Escravos das drogas...
Ele parecia um bicho catando comida entre os detritos, na imundície da praça. Por Deus! esse bicho não era um animal feroz; era um jovem conhecido, que por força das Drogas, também engole o lixo moral e finge que está tudo bem...
Triste ver jovens fenecendo sem ninguém pra ouvir seus gritos de dor e angustia. Seus corpos desfigurados nas cracolândias e ninguém se importa com isso...
São jovens de todos os tipos e cores, malhados e bem cuidados, que vivem como farrapos humanos prisioneiros de seus infernos particulares, mergulhados nas drogas para obter alegria e alterar suas consciências. 
Alucinados, transitam pelas madrugadas frias, convivendo com a dor lancinante do abandono e confirmando a falência de si mesmo... 
Assim vivem os pobres dependentes, semimortos, numa sociedade que vicia e não trata; que critica e não ampara. Todos fogem do passeio por onde eles andam; viram leprosos que não recebem a esmola de um olhar. Não reconhece um rosto amigo em sua volta; todos são estranhos, com cara de inimigo...
O Crak corroeu suas vísceras e todos se afastam do odor fétido do mendigo imundo, destruídos pelas drogas infernais...
Deus, meu Deus! Cuida do miserável estado em que se encontram esses jovens, filhos Teus!. Cuida para que eles mereçam privar da Vossa Graça e da Vossa Luz. Perdoa-os! Nada mais quereis eles, senão o Teu perdão e Teu amor !. Eles ainda não perderam tudo, pois lhes restam a esperança da Tua proteção; pois aqui na terra, nem Governo, nem Igreja, nem ninguém quer ouvir as vozes das ruas; o grito dos alucinados !!!
Triste verdade. 



Manoel Lobo.

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