
A
prisão de Henrique Pizzolato na Itália na semana passada com documentos
falsos e a descoberta de um plano de fuga que remonta a 2007, cinco
anos antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) dar suas sentenças sobre o
mensalão, deixaram parte dos petistas constrangida e já levam os
integrantes do partido da presidente Dilma Rousseff a tentar "isolar" o
caso do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil. O relato da
tentativa de Pizzolato de se passar por Celso, seu irmão morto num
acidente de carro em 1978, inclusive na hora em que foi descoberto pela
polícia italiana, contrasta com as imagens da prisão, em novembro do ano
passado, de petistas com os braços levantados, como o ex-ministro José
Dirceu e o ex-presidente do partido José Genoino. O gesto que buscou dar
uma conotação de "julgamento político" ao mensalão também foi repetido
pelo ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, dias antes de sua prisão,
e virou provocação quando feito pelo vice-presidente da Câmara,
deputado André Vargas (PT-PR), ao lado do presidente do Supremo, Joaquim
Barbosa, na cerimônia de abertura do ano legislativo. A reação de
constrangimento com Pizzolato veio do líder do PT na Câmara, Vicentinho
(SP). "Quando foge parece que está assumindo a culpa. É um sentimento de
vergonha que fica para a militância do PT", disse na quinta-feira (6).
"Estamos defendendo a tese da inocência, combatendo o que foi feito no
julgamento, então ele não tinha que ter fugido." No dia seguinte,
Vicentinho disse ter feito só um "desabafo".
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