segunda-feira, 1 de junho de 2015

Militantes do PT pedem demissão de Joaquim Levy

Não passou despercebido o movimento de militantes do PT, de pedir a demissão do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, por considerar suas medidas, a exemplo do projeto de ajuste fiscal, uma “afronta” ao trabalhador brasileiro. Em meio à crise de credibilidade com os sucessivos escândalos de corrupção, o Partido dos Trabalhadores admitiu ainda, esse fim de semana, ter cometido erros ao deixar claro que querem “limpar” a legenda para seguir adiante.
O tema, considerado delicado por muitos petistas, foi um dos tantos discutidos no último sábado, durante o V Congresso Estadual da sigla, ocorrido no Hotel Fiesta, no Itaigara. Estiveram presentes o ministro da Defesa, Jaques Wagner, o governador Rui Costa, os senadores Otto Alencar (PSD) e Lídice da Mata (PSB); o deputado federal e líder do PT na Câmara Federal, Sibá Machado, e o presidente do PT na Bahia, Everaldo Anunciação.
O evento marcou a primeira fase preparatória dos petistas baianos para o congresso nacional do partido, que também acontecerá em Salvador entre 11 e 13 de junho. Na ocasião, os petistas disseram que, apesar das dificuldades enfrentadas, continuam com o objetivo de manter o projeto defendido pela sigla ao longo dos anos e comemoram os mais de 80 mil novos filiados no país. Para o governador Rui Costa, o PT é um partido de massa, que defende o povo simples, os negros, os homossexuais, a reforma urbana, a igualdade entre homens e mulheres. Ele entende que a população reconhece que o partido fez uma profunda revolução e por isso o PT venceu no primeiro turno, três vezes consecutivas, na Bahia. “Tudo isto é fruto das ideias colocadas em prática”.
A Reforma Política também foi um dos temas bastante discutidos durante o encontro. O ministro Jaques Wagner pontuou que não ter feito a reforma política em 2002 foi um dos maiores erros do PT, que desencadeou na situação atual da legenda. “Fizemos um equívoco político de não termos assumido, em 2002, com o governo do Brasil e a liderança que a gente tinha, não termos desmontado a máquina de fazer política equivocada vigente no Brasil”. Segundo o ex-governador, a “máquina viciada da política” brasileira é muito forte e os petistas não conseguiram, ao longo dos últimos anos no poder, cumprir com todas as metas que tinham, principalmente no que se refere à política ideológica.
Para o ministro, o governador e os políticos presentes, a aprovação do financiamento privado pela Câmara de Deputados pode ser comparada a um crime. Eles repudiaram veementemente a decisão e disseram esperar que o Senado, e os demais partidos de esquerda, não permitam o que consideram ser um “retrocesso”. O presidente do PT na Bahia, Everaldo Anunciação, defendeu uma reforma política cujo projeto defenda um financiamento absolutamente público, tal como ocorreu no Chile, sob a presidência de Michelle Bachelet. “Ou fazemos a reforma política séria, decente, para acabar com o financiamento privado, ou não vai adiantar muita coisa”, acrescentou o ex-governador.
O deputado federal Valmir Assunção frisou ainda que os deputados que votaram a favor do financiamento privado de campanha querem ganhar mais dinheiro durante o processo eleitoral. “Querem transformar um pedido da sociedade por melhorias no sistema em um modo de ganhar mais dinheiro nas campanhas. Com a aprovação de doações empresariais para os partidos, é isso que vamos ter: um caminho livre para corruptores e corruptos se manterem no poder. Vamos resistir a isso e levar a questão ao Supremo Tribunal Federal [STF]”, destacou. No evento, militantes pediram ainda a demissão do ministro Levy, por considerar suas medidas, a exemplo do projeto de ajuste fiscal, uma “afronta” ao trabalhador brasileiro.
Presente no evento,  o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Marcelo Nilo, demonstrou apoio e solidariedade ao momento difícil que o PT enfrenta e criticou o sistema político brasileiro. Ele deu a entender, ainda, que pode deixar o PDT. 

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