
 O futebol não é um esporte onde a 
justiça é o forte. Nem sempre o “que vença o melhor” é levado ao pé da 
letra. O imponderável é uma constante dentro das quatro linhas. Mas o 
Sobrenatural de Almeida, criado e imortalizado por Nelson Rodrigues, nem
 ousou aparecer no Barradão. Neste domingo, o Vitória confirmou a melhor
 campanha do Campeonato Baiano e voltou a soltar o grito de campeão após
 dois anos.
 Pelos campos do Brasil, o seu grito se ouviu como nunca neste início de
 2013. Líder isolado durante boa parte do Baiano, o Leão da Barra 
terminou a competição com o maior número de pontos. Graças ao gol de 
Dinei neste domingo, a equipe chegou aos 25 pontos entre a segunda fase,
 semifinal e final – Juazeirense somou 25, mas leva a pior no número de 
gols marcados.
  
 Durante a competição, o Vitória mostrou todo o seu poder, foi 
invencível e não se deixou perder pela euforia. Principalmente quando o 
assunto foi Ba-Vi. Nos quatro clássicos, a superioridade técnica foi 
justamente transformada em resultado. Históricos 5 a 1, 2 a 1, 7 a 3 e 1
 a 1 - Fernandão empatou para o Bahia. Resultados para não deixar dúvida
 alguma sobre a supremacia em relação ao maior rival.
  
 O teu pavilhão tem ainda mais feitos de glória. O palco onde a bandeira
 vermelha e preta é hasteada com o maior orgulho é o seu campo de luta. O
 título deste domingo – 27º em sua centenária história – foi conquistado
 onde o Vitória se tornou Vitória. Desde que o Barradão foi efetivado 
como mando de campo em 1994, foram 13 títulos estaduais contra cinco do 
rival.
  
 Em apenas três oportunidades o Rubro-Negro viu o adversário comemorar o
 título estadual dentro de sua casa. O Bahia em 1998, o Colo-Colo em 
2006 e o Bahia de Feira em 2011 fizeram a festa no estádio. Mas em 2013 a
 justiça prevaleceu. A volta olímpica, com direito ao Barradão colorido 
de rubro-negro, foi dos Leões da Barra.
  
 Gol, festa e invasão canina
 O primeiro tempo da decisão do Baiano foi o reflexo da disparidade 
existente entre as duas equipes. Vitória organizado e mandando no jogo. 
Bahia sem força e encurralado pelo adversário. Além da ampla 
superioridade, o time de Caio Junior teve um motivo a mais para lutar 
pelo triunfo: a diretoria prometeu um bicho extra ao atletas em caso de 
triunfo no Barradão.
  
 Com essa injeção de ânimo a mais, o Vitória foi soberano. Logo no 
começo do jogo, Gabriel Paulista isolou uma chance clara. Mas Dinei não 
perdoou quando, aos 18 minutos, a bola sobrou para ele sozinho dentro da
 pequena área. Vantagem estendida e grito de campeão logo aos 22 minutos
 do primeiro tempo.
  
 O lance de maior destaque envolvendo o Bahia foi quando um cachorro 
invadiu o campo. O goleiro Omar tentou pegar o animal, mas desistiu 
quando percebeu que não levaria a melhor. A festa da torcida rubro-negra
 foi ainda maior após a "invasão canina".
  
 Bahia empata, mas a festa é rubro-negra
 O segundo tempo teve a emoção de um jogo decidido previamente. Com o 
título praticamente garantido, o Vitória reduziu o ritmo de jogo. O 
Bahia, com a missão de fazer seis gols para ser bicampeão, não fazia por
 onde. Nem mesmo quando Fernandão empatou o jogo, o Tricolor conseguiu 
reunir forças para manter aceso o sonho da conquista.
  
 Com os dois times já sem o mesmo ímpeto em campo, os técnicos decidiram
 mudar. De um lado, Vander, Marquinhos e Neto Coruja. Do outro, Freddy 
Adu, Ítalo Melo e Neto entraram em campo. Algumas chances foram criadas,
 mas o empate estava confirmado. O título é rubro-negro. A justiça 
estava feita. A festa começou antes mesmo do apito final e continuou ao 
som do Ara Ketu em um trio elétrico fora do estádio. E mais uma vez o 
Vitória coloca seu nome na história.
  
 Ficha técnica:
  
 Vitória 1 X 1 Bahia
  
 Local: Estádio Manoel Barradas (Barradão), em Salvador (BA)
  
 Horário: 16h
  
 Data: 19/05/2013 (domingo)
  
 Arbitragem: Wilson Luiz Seneme (Fifa/SP)
  
 Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho (Fifa/SP) e Márcio Eustáquio Santiago (Fifa/MG)
  
 Gols: Dinei (18’ do primeiro tempo) e Fernandão (20’ do segundo tempo)
  
 Cartões amarelos: Escudero e Vander (Vitória); Titi, Toró e Jussandro (Bahia)
  
 Público pagante: 32.514
  
 Vitória: Wilson; Nino Paraíba, Victor Ramos, Gabriel 
Paulista e Mansur; Michel, Cáceres (Neto Coruja), Renato Cajá e Escudero
 (Vander); Maxi Biancucchi (Marquinhos) e Dinei. Téc.: Caio Júnior.
  
 Bahia: Omar; Madson (Neto), Rafael Donato, Titi e 
Jussandro; Toró, Diones (Freddy Adu) e Hélder; Marquinhos Gabriel, Ryder
 (Ítalo Melo) e Fernandão. Téc.: Chiquinho de Assis.
  
 Fonte: globoesporte.com.