domingo, 19 de maio de 2013

Sem goleada, Vitória apenas empata e garante título do Baianão




O futebol não é um esporte onde a justiça é o forte. Nem sempre o “que vença o melhor” é levado ao pé da letra. O imponderável é uma constante dentro das quatro linhas. Mas o Sobrenatural de Almeida, criado e imortalizado por Nelson Rodrigues, nem ousou aparecer no Barradão. Neste domingo, o Vitória confirmou a melhor campanha do Campeonato Baiano e voltou a soltar o grito de campeão após dois anos.
Pelos campos do Brasil, o seu grito se ouviu como nunca neste início de 2013. Líder isolado durante boa parte do Baiano, o Leão da Barra terminou a competição com o maior número de pontos. Graças ao gol de Dinei neste domingo, a equipe chegou aos 25 pontos entre a segunda fase, semifinal e final – Juazeirense somou 25, mas leva a pior no número de gols marcados.
 
Durante a competição, o Vitória mostrou todo o seu poder, foi invencível e não se deixou perder pela euforia. Principalmente quando o assunto foi Ba-Vi. Nos quatro clássicos, a superioridade técnica foi justamente transformada em resultado. Históricos 5 a 1, 2 a 1, 7 a 3 e 1 a 1 - Fernandão empatou para o Bahia. Resultados para não deixar dúvida alguma sobre a supremacia em relação ao maior rival.
 
O teu pavilhão tem ainda mais feitos de glória. O palco onde a bandeira vermelha e preta é hasteada com o maior orgulho é o seu campo de luta. O título deste domingo – 27º em sua centenária história – foi conquistado onde o Vitória se tornou Vitória. Desde que o Barradão foi efetivado como mando de campo em 1994, foram 13 títulos estaduais contra cinco do rival.
 
Em apenas três oportunidades o Rubro-Negro viu o adversário comemorar o título estadual dentro de sua casa. O Bahia em 1998, o Colo-Colo em 2006 e o Bahia de Feira em 2011 fizeram a festa no estádio. Mas em 2013 a justiça prevaleceu. A volta olímpica, com direito ao Barradão colorido de rubro-negro, foi dos Leões da Barra.
 
Gol, festa e invasão canina
O primeiro tempo da decisão do Baiano foi o reflexo da disparidade existente entre as duas equipes. Vitória organizado e mandando no jogo. Bahia sem força e encurralado pelo adversário. Além da ampla superioridade, o time de Caio Junior teve um motivo a mais para lutar pelo triunfo: a diretoria prometeu um bicho extra ao atletas em caso de triunfo no Barradão.
 
Com essa injeção de ânimo a mais, o Vitória foi soberano. Logo no começo do jogo, Gabriel Paulista isolou uma chance clara. Mas Dinei não perdoou quando, aos 18 minutos, a bola sobrou para ele sozinho dentro da pequena área. Vantagem estendida e grito de campeão logo aos 22 minutos do primeiro tempo.
 
O lance de maior destaque envolvendo o Bahia foi quando um cachorro invadiu o campo. O goleiro Omar tentou pegar o animal, mas desistiu quando percebeu que não levaria a melhor. A festa da torcida rubro-negra foi ainda maior após a "invasão canina".
 
Bahia empata, mas a festa é rubro-negra
O segundo tempo teve a emoção de um jogo decidido previamente. Com o título praticamente garantido, o Vitória reduziu o ritmo de jogo. O Bahia, com a missão de fazer seis gols para ser bicampeão, não fazia por onde. Nem mesmo quando Fernandão empatou o jogo, o Tricolor conseguiu reunir forças para manter aceso o sonho da conquista.
 
Com os dois times já sem o mesmo ímpeto em campo, os técnicos decidiram mudar. De um lado, Vander, Marquinhos e Neto Coruja. Do outro, Freddy Adu, Ítalo Melo e Neto entraram em campo. Algumas chances foram criadas, mas o empate estava confirmado. O título é rubro-negro. A justiça estava feita. A festa começou antes mesmo do apito final e continuou ao som do Ara Ketu em um trio elétrico fora do estádio. E mais uma vez o Vitória coloca seu nome na história.
 
Ficha técnica:
 
Vitória 1 X 1 Bahia
 
Local: Estádio Manoel Barradas (Barradão), em Salvador (BA)
 
Horário: 16h
 
Data: 19/05/2013 (domingo)
 
Arbitragem: Wilson Luiz Seneme (Fifa/SP)
 
Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho (Fifa/SP) e Márcio Eustáquio Santiago (Fifa/MG)
 
Gols: Dinei (18’ do primeiro tempo) e Fernandão (20’ do segundo tempo)
 
Cartões amarelos: Escudero e Vander (Vitória); Titi, Toró e Jussandro (Bahia)
 
Público pagante: 32.514
 
Vitória: Wilson; Nino Paraíba, Victor Ramos, Gabriel Paulista e Mansur; Michel, Cáceres (Neto Coruja), Renato Cajá e Escudero (Vander); Maxi Biancucchi (Marquinhos) e Dinei. Téc.: Caio Júnior.
 
Bahia: Omar; Madson (Neto), Rafael Donato, Titi e Jussandro; Toró, Diones (Freddy Adu) e Hélder; Marquinhos Gabriel, Ryder (Ítalo Melo) e Fernandão. Téc.: Chiquinho de Assis.
 
Fonte: globoesporte.com.

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