A livraria Nobel de Macaé, a 182 
quilômetros do Rio de Janeiro, recebeu na segunda-feira a visita de dois
 policiais e de dois comissários da Segunda Vara de Família, da 
Infância, da Juventude e do Idoso do município. A ordem era recolher 
livros com conteúdo impróprio para menores de 18 anos que não estivessem
 em embalagens lacradas. "Foi um constrangimento horroroso. Em momento 
algum houve um interesse em nos orientar", disse o proprietário Carlos 
Eduardo Coelho.
A ordem de serviço do juiz Raphael Baddini de Queiroz Campos, assinada dia 11, apoia-se 110 artigo 78 doEstatuto da Criança e do Adolescente, de 1990."O ECAdetermina
 a forma de comercialização desse material, que deve ser lacrado", 
comenta o juiz. Ele não espera que sua iniciativa de fiscalização seja 
tomada como exemplo. "Não temos intenções outras quando cumprimos a lei.
 Estamos protegendo as crianças e adolescentes de Macaé."
Obras com conteúdo pornográficos sempre foram vendidas, mas ficavam em seções especiais. Agora, com o fenômeno da trilogia 50 Tons de Cinza , de E. L. James, citada pelo juiz no documento, esses livros são folheados na entrada das livrarias do mundo todo.
Curiosamente não havia um único exemplar
 de James na loja no dia da ação, conta o proprietário, e levaram obras 
de outras casas. Coelho disse que tem dez dias para se defender e pediu 
assessoria jurídica à Nobel. "Ele está cumprindo a lei, mas punindo uma 
livraria. Os livros não são meus; são consignados pela editora. Não 
posso lacrá-los ou colocar etiqueta. Isso deve vir da editora."
A Intrínseca, que pública o best-seller 
de James, e a Câmara Brasileira do Livro só vão se pronunciar quando 
forem informadas oficialmente da questão.
 
 
 
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