PT deve dar posto de Vargas a ex-ministro
A ala majoritária da bancada do PT na Câmara
decidiu indicar o nome do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), ex-ministro das
Relações Institucionais e da Pesca, para suceder André Vargas (PT-PR) no
cargo de vice-presidente da Câmara. Vargas abriu mão do posto na
quarta-feira passada. A reunião que selou o apoio da ala majoritária da
bancada petista a Luiz Sérgio ocorreu poucas horas depois de Vargas
formalizar a saída do cargo. Além do ex-ministro, a ala cogitava indicar
o deputado José Guimarães (PT-CE). Correntes minoritárias do PT apoiam o
nome do deputado Paulo Teixeira (PT-SP). Derrotado por Vargas na
disputa interna no início deste ano, Teixeira ainda não decidiu se vai
entrar outra vez na disputa. "Vou fazer algumas consultas ao longo da
semana antes de tomar uma posição", disse ele. A expectativa do partido é
que a escolha do sucessor de Vargas na vice-presidência aconteça no dia
29. A indicação do nome cabe ao PT, segundo acordo que determinou a
composição da Mesa Diretora da Casa. Luiz Sérgio ocupou o Ministério das
Relações Institucionais no primeiro semestre do governo Dilma Rousseff,
período em que ganhou o apelido de "garçom" devido à falta de autonomia
para executar os acordos com a base aliada do governo. Transferido para
o Ministério da Pesca em junho de 2011, ele chefiou a pasta até março
de 2012. A ala majoritária da bancada, composta por parlamentares das
correntes Construindo um Novo Brasil (CNB) e Movimento PT, tem cerca de
50 dos 88 deputados do partido. "O grupo da CNB indicou Luiz Sérgio que,
inclusive, já está em campanha", disse o deputado Vicente Cândido (SP),
integrante da ala. André Vargas foi forçado a deixar a vice-presidência
depois que vieram à tona suas ligações com o doleiro Alberto Youssef,
preso na operação Lava Jato da Polícia Federal sob acusação de liderar
um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões. Se
renunciar, Vargas passa a ser um filiado comum do PT e deixa de ser
objeto da Comissão de Ética nacional. Na semana passada uma comissão de
três dirigentes ouviu suas alegações e fez um relatório recomendando que
o caso do deputado seja apreciado pela Comissão de Ética, que pode
indicar sua expulsão do partido. A cúpula petista também o pressiona
abertamente a renunciar ao mandato de deputado. As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
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