quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A revolução política no nordeste


Coluna Econômica
Nos últimos anos houve uma revolução política no nordeste, talvez pouco percebida quando olhada isoladamente. Houve uma mudança de geração, com jovens políticos substituindo antigos coronéis que dominaram por anos a cena local. Foi assim com Eduardo Campos, em Pernambuco, Marcelo Déda, em Sergipe, Teotônio Villela Filho, em Alagoas, Cid Gomes, do Ceará, Jacques Wagner, da Bahia, entre outros.
Essa renovação atingiu especialmente a antiga esquerda nordestina pré-64, que ainda sobrevivia dos mitos de Arraes, das Ligas Camponesas e das lutas sociais do período.
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NenhuNenhum deles quer perder o antigo legado, que julgam honroso e histórico. Deda, por exemplo, fez questão de tomar posse no mesmo velho e abandonado palácio onde tomou posse o último governador sergipano antes de 1964, Seixas Dória. Neto de Arraes, Campos preserva com carinho a imagem do "painho" Arraes, cultivada por todo o interior de Pernambuco. Mas todos eles, indistintamente, representam uma ruptura com o antigo legado da esquerda, especialmente da nordestina.
"Nós defendemos a gestão, o planejamento, a busca de eficiência", explica Deda. "Ajudamos a libertar a região das oligarquias locais mas não pretendemos entregá-la ao corporativismo: nosso projeto é atender a maior parte da população".
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Agora mesmo, Deda enfrenta uma greve de professores, apesar de Sergipe pagar o quarto maior salário para professores do Brasil. E também problemas na Polícia Militar, que tem o segundo maior salário, atrás apenas do Distrito Federal. E isso devido a temas como responsabilidade social, políticas sociais universais, desenvolvimento e outros terem entrado definitivamente no seu repertório.
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