PT não é organização criminosa, diz assessor de Dilma e fundador do partido

Chamado de professor pelos correligionários, Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República desde o governo Lula e fundador do Partido dos Trabalhadores, defendeu o fim do financiamento empresarial de campanhas eleitorais, ao afirmar que o partido não é uma organização criminosa. "Uma coisa é dizer que pessoas no PT se envolveram em malfeitos. Outra é tentar qualificar o PT como uma organização criminosa. Não estou de acordo", disse Garcia, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira (6). Segundo ele, a recusa do financiamento privado deve ser uma das medidas concretas adotadas pelos partidos para coibir atos de corrupção. "Não é possível que o PT, com 1,5 milhão de filiados, não seja capaz de se financiar. Pago R$ 1 mil por mês ao partido", declarou. Na avaliação de Garcia, o Partido dos Trabalhadores vive um cerco e cometeu erros estratégicos após o escândalo da Petrobras, revelado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal. Ele acredita que o afastamento de João Vaccari Neto, tesoureiro do partido acusado de receber propinas de empreiteiras para custear campanhas políticas, seria uma das medidas da reação do PT frente ao escândalo. "Acho que ele deve se afastar porque é bom para ele e bom para o PT. É uma decisão pessoal. Se fosse eu, já teria pedido licença", afirmou Garcia.