quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Em homenagem aos 30 anos da morte de Vladimir Herzog, Câmara inaugura Praça e Memorial em seu nome

Em homenagem ao jornalista e professor Vladimir Herzog, a Câmara Municipal de São Paulo
irá inaugurar, às 11h desta sexta-feira (25), a Praça e Memorial Vladimir Herzog, localizada atrás do Palácio Anchieta, no início da Rua Santo Antonio, confluência com a Praça da Bandeira.
Além da renomeação do espaço - antes chamado Divina Providência -, será descerrado um mosaico, elaborado pelo Projeto Ancora, reproduzindo o quadro "25 de outubro", do artista plástico Elifas Andreato.
Foram convidados para a cerimônia, todos os jornalistas que já ocuparam a presidência do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo, os integrantes da Comissão Municipal da Verdade, que leva o nome "Vladimir Herzog" e as crianças do Projeto Âncora.
Está previsto ainda a execução do Hino da República pela banda da Guarda Civil Metropolitana.

Praça  e Memorial Vladimir Herzog
No projeto original, o local receberá, além do mosaico, uma estátua de bronze, com cerca de 2 m de altura, e uma réplica do troféu entregue aos vencedores do Prêmio de Jornalismo Vladimir Herzog (evento criado pelo Comitê Brasileiro de Anistia (CBA) de Minas Gerais para denunciar a repressão dos tempos militares).
A estátua do jornalista será uma reprodução da imagem “Vlado Vitorioso”, criada por Andreato para a ONU em 2008, em comemoração aos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A réplica do troféu entregue aos vencedores do ‘Prêmio de Jornalismo Vladimir Herzog’ homenageia o jornalista, com a missão de contribuir para a reflexão e produção de informações que garantam o direito à vida e à justiça.

25 de outubro

A escolha da data para a inauguração e do quadro para ilustrar o mosaico estão relacionados ao 25 de outubro de 1975, dia em que o jornalista foi convocado à sede do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informações e Centro de Defesa), e, na tarde deste mesmo dia, foi encontrado morto.
Até março deste ano, a versão oficial alegava que Vlado teria se enforcado com o próprio cinto do seu macacão de presidiário. Porém, após vitória judicial da família Herzog, o Estado reconheceu e apresentou novo atestado de óbito confessando o assassinato do jornalista sob tortura.


Quem foi Herzog?

Vladimir Herzog nasceu em 1937, na Iugoslávia e imigrou para o Brasil em 1942, fugido do nazismo na Europa. Estudou Filosofia na USP, mas foi no jornalismo que encontrou a sua verdadeira paixão. Em 1959 atuou pela primeira vez na área da comunicação, na Folha de S. Paulo, e desde então atuou em inúmeros veículos de informação, entre eles, O Estado de S. Paulo e na BBC de Londres (época em que morou na Inglaterra com a sua esposa Clarice).
Continuou na área da comunicação trabalhando como redator do telejornal diário “Show de Notícias", da antiga TV Excelsior, e depois editor de cultura na revista Visão e diretor do departamento de Telejornalismo na TV Cultura. Também trabalhou como teatrólogo e professor universitário, dando aulas na FAAP e na ECA-USP.
Além da sua paixão pelo jornalismo, Herzog tinha grande interesse pela área cinematográfica, inclusive dirigiu o curta metragem ‘Marimbás’ em 1963. O curta conta a história de um grupo que sobrevivia da pesca no Posto 6, em Copacabana (RJ). O jornalista mostra no filme a grande preocupação que tinha com a sociedade. ‘Marimbás’ foi um dos primeiros documentários nacionais feitos com som direto.
‘Vlado’ tinha 38 anos quando morreu, era casado e pai de dois filhos. Se estivesse vivo, atualmente teria 75 anos.

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