Em homenagem ao jornalista e professor Vladimir Herzog, a Câmara
Municipal de São Paulo
irá inaugurar, às 11h desta sexta-feira (25), a
Praça e Memorial Vladimir Herzog, localizada atrás do Palácio Anchieta,
no início da Rua Santo Antonio, confluência com a Praça da Bandeira.
Além da renomeação do espaço - antes chamado Divina Providência -,
será descerrado um mosaico, elaborado pelo Projeto Ancora, reproduzindo o
quadro "25 de outubro", do artista plástico Elifas Andreato.
Foram convidados para a cerimônia, todos os jornalistas que já
ocuparam a presidência do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São
Paulo, os integrantes da Comissão Municipal da Verdade, que leva o nome
"Vladimir Herzog" e as crianças do Projeto Âncora.
Está previsto ainda a execução do Hino da República pela banda da Guarda Civil Metropolitana.
Praça e Memorial Vladimir Herzog
No projeto original, o local receberá, além do mosaico, uma estátua
de bronze, com cerca de 2 m de altura, e uma réplica do troféu entregue
aos vencedores do Prêmio de Jornalismo Vladimir Herzog (evento criado
pelo Comitê Brasileiro de Anistia (CBA) de Minas Gerais para denunciar a
repressão dos tempos militares).
A estátua do jornalista será uma reprodução da imagem “Vlado
Vitorioso”, criada por Andreato para a ONU em 2008, em comemoração aos
60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A réplica do troféu entregue aos vencedores do ‘Prêmio de Jornalismo
Vladimir Herzog’ homenageia o jornalista, com a missão de contribuir
para a reflexão e produção de informações que garantam o direito à vida e
à justiça.
25 de outubro
A escolha da data para a inauguração e do quadro para ilustrar o
mosaico estão relacionados ao 25 de outubro de 1975, dia em que o
jornalista foi convocado à sede do DOI-Codi (Destacamento de Operações
de Informações e Centro de Defesa), e, na tarde deste mesmo dia, foi
encontrado morto.
Até março deste ano, a versão oficial alegava que Vlado teria se
enforcado com o próprio cinto do seu macacão de presidiário. Porém, após
vitória judicial da família Herzog, o Estado reconheceu e apresentou
novo atestado de óbito confessando o assassinato do jornalista sob
tortura.
Quem foi Herzog?
Vladimir Herzog nasceu em 1937, na Iugoslávia e imigrou para o Brasil
em 1942, fugido do nazismo na Europa. Estudou Filosofia na USP, mas foi
no jornalismo que encontrou a sua verdadeira paixão. Em 1959 atuou pela
primeira vez na área da comunicação, na Folha de S. Paulo, e desde
então atuou em inúmeros veículos de informação, entre eles, O Estado de
S. Paulo e na BBC de Londres (época em que morou na Inglaterra com a sua
esposa Clarice).
Continuou na área da comunicação trabalhando como redator do
telejornal diário “Show de Notícias", da antiga TV Excelsior, e depois
editor de cultura na revista Visão e diretor do departamento de
Telejornalismo na TV Cultura. Também trabalhou como teatrólogo e
professor universitário, dando aulas na FAAP e na ECA-USP.
Além da sua paixão pelo jornalismo, Herzog tinha grande interesse
pela área cinematográfica, inclusive dirigiu o curta metragem ‘Marimbás’
em 1963. O curta conta a história de um grupo que sobrevivia da pesca
no Posto 6, em Copacabana (RJ). O jornalista mostra no filme a grande
preocupação que tinha com a sociedade. ‘Marimbás’ foi um dos primeiros
documentários nacionais feitos com som direto.
‘Vlado’ tinha 38 anos quando morreu, era casado e pai de dois filhos. Se estivesse vivo, atualmente teria 75 anos.
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